domingo, 16 de setembro de 2018

Gênero discursivo relatório de experimento científico


 Ao propor a projeto interdisciplinar com os alunos do sétimo ano sobre o problema que impacta nosso bairro, ou seja, o despejo de esgoto na lagoa, quis-se ir além da iniciação científica dos alunos, propunha-se também que aproveitássemos uma prática social relevante para engajá-los nas produções textuais mais significativas para eles, vencer as barreiras do “isso é chato”, “é muito difícil” ou “não sei fazer”, “não consigo por no papel” dentre outras desculpas para não escrever.
Durante e após as investigações e atividades de prática científica, os alunos leram muitos textos jornalísticos, inclusive artigos científicos adaptados e selecionados pela professora, dentre vários outros gêneros discursivos como trecho da Constituição Federal, cartas de solicitação, convites de audiência pública, mapa mental, leitura de revista de ciências, tudo isso para poderem escrever ao longo do projeto.

Com a conclusão dos experimentos científicos com as amostras de águas coletadas na nascente e na lagoa, os alunos puderam medir o pH e a turbidez dessas amostras. E nas aulas de Ciências, sob a orientação e supervisão da professora, produziram os relatórios de experimento científico. Isso no meu projeto configurou como a primeira produção escrita, sob a inspiração do que diz Dolz “após uma apresentação da situação na qual é descrita de maneira detalhada a tarefa de expressão oral ou escrita que os alunos deverão realizar, estes elaboram um primeiro texto inicial, oral ou escrito, que corresponde ao gênero trabalhado” (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004, p. 98).

Assim, nas aulas de Língua Portuguesa, após uma análise das produções, elaborei oficinas  que pudessem capacitar melhor os alunos na nova produção dos relatórios de experimentos científicos, a partir de vocabulário científico adequado, já que “aprender Ciências é ser aprendiz das práticas discursivas da comunidade científica” (JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, 2006, p.3). 
Propus aos alunos que usássemos um dos modelos instrucionais aplicados por Dias e Arroio (2011), para a produção do relatório de experimento, privilegiando o estudo das bases temáticas compostas pelos tipos textuais de exposição, descrição e argumentação para reescrever o gênero discursivo estudado, ancorado em alguns teóricos importantes e por fim, tentamos usar como base para organizar a argumentação no relatório os teóricos Driver, Newton e Osborne, além da Wachowicz sobre a argumentação por probabilidade.

O resultado está na nova escrita dos alunos, após uma maratona de aulas interativas, participativas, às vezes chatas pra poderem compreender as explicações, mas muito produtivas.
























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